As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) poderiam investir 25% de sua carteira em infraestrutura de transportes no Brasil, aproximadamente R$ 170 bilhões. A falta de atratividade desse mercado, entretanto, as impede de fazê-lo, conforme estudo do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
As principais dificuldades enfrentadas pelas entidades são os riscos políticos e ambientais, pela falta de segurança política, a falta de garantia do mercado e a baixa remuneração do trabalho. Para reverter essa situação, eles acreditam que reduzindo as intervenções regulatórias, diluição dos riscos políticos com bancos públicos, licenciamento ambiental com atendimento do projeto antes de ofertá-lo no mercado e oferecer regras mais claras e objetivas.
O investimento nessa área de infraestrutura traria um fluxo de caixa estável, uma proteção inflacionária sobre a receita e ausência de inadimplências.
Pelos cálculos do engenheiro Flávio Lage, que apresentou o estudo, o Brasil precisa investir cerca de R$ 1 trilhão até 2030 para reduzir a distância entre outros países semelhantes, econômico e geograficamente, em relação a qualidade de infraestrutura urbana.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), em 2015 o patrimônio investido das EFPCs era de R$ 693 bilhões.
A pesquisa ouviu 10 EFPCs, que correspondem a 43% do volume total de ativos de todas as constituições do gênero. A análise foi apresentada na semana passada durante a 16ª Conferência Internacional da Sociedade Latino Americana de Estudos Imobiliários (Lares) pelo engenheiro Flávio Abdalla Lage, do Núcleo de Real Estate da Poli-USP.
Fonte: infraestruturaurbana.pini