Conceitos sobre a Lama Asfáltica
A lama asfáltica é um revestimento betuminoso constituído de elementos minerais (agregados) de dimensões reduzidas; assim sendo de elevada superfície específica, dessa forma necessitando de relativo teor de ligante asfáltico (aglutinante); para o envolvimento de todas as partículas minerais, como resultado um composto de alta resistência ao desgaste por abrasão; além disso é de baixa permeabilidade e anti-derrapante, obtido através de uma associação de agregado miúdos, filler, emulsão asfáltica e água, aplicada com equipamento móvel (específico) em consistência fluida e homogênea.
Dentre as finalidades de sua aplicação, destacam-se as seguintes:
– impermeabilizar revestimentos antigos, com desgaste superficial;
– proteção de revestimentos recentes de graduação aberta;
– selar fissuras e melhorar estética de pavimentos antigos (rejuvenescimento superficial);
– eliminar problema de derrapagem, elevando o coeficiente de atrito (pneu/ pavimento);
– construir revestimentos em vias de tráfego leve.
Portanto é usada como preventivo e corretivo, na conservação de pavimento asfálticos. A saber não pode ser entendida com um reforço estrutural do pavimento. Entendendo com sendo uma camada de desgaste e de ataque do intemperismo, a mesma protege e prolonga a vida útil do pavimento, reduzindo a penetração de água e a conseqüente oxidação (envelhecimento) do ligante asfáltico de camadas estruturais.
Componentes da lama asfáltica
Emulsão asfáltica
Dessa maneira do ponto de vista tecnológico e de acordo com sua carga (elétrica) dos glóbulos de asfalto e velocidade de ruptura (deposição da película asfáltica à superfície mineral), as emulsões para lama asfáltica são classificadas nos seguintes tipos:
LA-1 e LA-2: emulsões asfálticas aniônicas, de lama asfáltica ( em desuso);
LA-1C e LA-2C: emulsões asfálticas catiônicas, de lama asfáltica (usual);
LA-E: emulsão especial de lama asfáltica (usual);
RL-1C: emulsão asfáltica catiônica, de lama asfáltica (usual);
LA-RC: emulsão asfáltica catiônica, de ruptura controlada;
RL1C-E: emulsão asfáltica modificada com polímero-elastômetro.
As características tecnológicas das emulsões de lama convencionais são especificadas pelo CNP – Norma 17 (1.973).
Estas emulsões asfálticas modificadas por polímero serão utilizadas em serviços denominados lamas asfálticas poliméricas.
Agregados
Enquanto os empregados nas lamas são: areia de jazida natural ou de rio (silicosas, duras), pó de pedra, e pedrisco, combinados em conformidade com a faixa granulométrica à ser utilizada no serviço (fina, convencional e grossa).
Filler
Ainda que geralmente incorporados ao traço de agregados, têm caráter reativo, para promover um processo tixotrópico da mistura asfáltica fluida e os mais empregados são: cimento Portland e cal hidratada tipo CH1.
Água
De fato a água deve ser limpa, isenta de materiais orgânicos, sais minerais e argila em suspensão, que são substâncias prejudiciais à ruptura da emulsão, bem como do comportamento da lama na pista.
Aplicação da lama asfáltica
As lamas são aplicadas em usina específica denominada de usina de lama automotoras, assim sendo constituídas com um silo de agregados, um silo de filler, um tanque de emulsão, um tanque de água, um misturador e uma caixa-espalhadora munida de lâminas de borracha (neoprene) com a finalidade de espalhamento da mistura asfáltica em consistência fluida e de acordo com a espessura da camada projetada. Eventualmente a espessura da camada será em função da dimensão do maior agregado constituinte do traço.
Cura e abertura ao tráfego
Ainda que após o espalhamento da camada de lama, é necessário aguardar um período denominado de cura; para promover a evaporação da água contida na mistura, sendo assim a condição climática o fator preponderante para esta ocorrência.
O tempo de cura, que depende da formulação e do tipo da emulsão asfáltica e das condições climáticas, portanto varia geralmente de 1 a 3 horas, quando exposta ao sol.
Sem dúvidas é conveniente observar se a cura da lama se processou em toda a espessura da camada, ou seja para a liberação da pista ao tráfego e promover a compactação da camada em estado seco, ocorrendo a total dessa agregação da mesma em caso de incidência de chuva neste período.
Por fim para obras viárias, a ação do tráfego é suficiente para garantir a compactação da camada aplicada. Por outro lado no caso de aeroportos, pistas de alta velocidade, e em pátios de estacionamento, a compactação com rolos de pneus se faz obrigatória( após a cura ).